A irmandade no crime: da Imago paterna ao Nome-do-PCC
- André Cabral
- 18 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de jan. de 2021

O artigo foi publicado no livro "Texturas do vazio em psicanálise", organizado por Rodrigo Ferreira e Gustavo Rodrigues, editora Letramento - 2019.
No escrito, os autores investigam o fenômeno da criminalidade no Brasil: questionam se há a declinação da lei nas periferias dominadas pelo tráfico. Parte-se da investigação antropológica, realizada por Gabriel Feltran, no qual é comum escutar que haveria uma dicotomia entre a família e o tráfico. Nessa perspectiva, é possível mencionar que na falência das famílias o tráfico assegura-se como gestor dos jovens. Tal tese pode ser constatada também no escrito de Lacan, "Os complexos familiares na formação do indivíduo". O psicanalista pressupunha, a partir da leitura de Durkheim, que haveria a declinação da figura paterna no mundo contemporâneo, o que desencadearia diversos sintomas sociais, dentre eles, a criminalidade. No entanto, Feltran observa que não se trata de observar uma dicotomia tão demarcada como comumente se escuta nas periferias. Assim, verifica-se que a família pode não se apresentar como baluarte ao crime. O mesmo constata-se a partir da inscrição do Nome-do-Pai, seguindo as construções posteriores de Jacques Lacan. No artigo, busca-se delimitar um paralelo entre a lei paterna e a irmandade do PCC (Primeiro Comando da Capital)
Autores: André Cabral e Aline Sieiro

André Cabral é psicanalista e faz atendimento clínico na cidade de Uberlândia e Araguari. É docente no curso de Psicologia da Faculdade do Trabalho (FATRA). Atende adolescentes, adultos e idosos frente aos mais diversos sintomas e sofrimentos psíquicos. Trabalha, ainda, com atendimento a casais e apoio voltado para a “orientação profissional” de adolescentes. Atualmente é doutorando em estudos psicanalíticos pelo programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem interesse na interlocução entre psicanálise e cinema, literatura, teatro e política.
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